sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Obra de Hospital Macrorregional de R$ 32 milhões de Caxias é um monte de areia e tijolos

Por Yuri Almeida, do Atual 7



Com proximidade das eleições, possível atraso - ou paralisação - da obra milionária tem sido atribuída ao adversário político de 2014, Flávio Dino.

Uma imagem divulgada no Facebook, no final da tarde de ontem (15), pelo secretário de Estado da Saúde do Maranhão, Ricardo Murad, e amplamente utilizada pelos meios de comunicação ligados ao clã Sarney, denunciou a verdade sobre um novo possível atrasado em mais uma unidade hospitalar estadual.

Com quase metade do prazo para entrega consumido, a obra de construção do Hospital Macrorregional de Caxias, uma das mais caras para os cofres do Estado, até agora, tem erguido – e mal – apenas o seu alicerce e alguns princípios do que deveriam ser paredes.

No início do ano, ao lado do secretário de Infraestrutura e pré-candidato oficial do Palácio dos Leões, Luís Fernando Silva, e de outras autoridades, a governadora sub judice do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), prometeu, na solenidade de assinatura da ordem de serviço para início da construção do Macrorregional, que a unidade de saúde será entregue à população caxiense em março de 2014, fato confirmando pela SES ao Atual7.

Porém, pelo que se observa na imagem divulgada por Ricardo Murad, semelhante aos outros ‘hospitais de alta complexidade de 100 leitos’ – e dos hospitais da capital Dr. Carlos Macieira e Pam Diamante, a ineficiência administrativa do governo estadual e de seu secretário de Saúde deve culminar no atraso de mais uma de suas intermináveis obras do setor.

A reportagem do Atual7 apurou que a construção do hospital de Caxias, que atualmente não passa de um amontoado de areia e tijolos, custará aos cofres públicos R$ 21.138.379,59 fora os equipamentos para seu funcionamento, que estão orçados em R$ 11 milhões, totalizando um custo final de cerca de R$ 32 milhões.

O secretário de Saúde tem ainda sob o seu poder mais R$ 53,4 milhões – sem contar os recursos para os equipamentos – de mais outros três Macrorregionais, os de Imperatriz, Santa Inês e Pinheiro.
Somando toda a verba destinada só para estas obras, R$ 85,4 milhões de um empréstimo captado junto ao Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devem circular pelas mãos de Ricardo Murad até o início oficial das eleições de 2014, em julho do próximo ano.

Com a iminente cassação do mandato da governadora sub júdice pelo TSE, e da queda eleitoral de Luis Fernando Silva, na tentativa de atingir o crescimento do presidente da Embratur, Flávio Dino, principal adversário do pré-candidato dos Leões, Ricardo Murad e a mídia do governo estadual tem apontado, porém, que o motivo do possível atraso – ou paralisação, nas palavras do próprio secretário – dos quatro Macrorregionais e do Carlos Macieira devem se dar por meio de uma ação na Justiça Federal pelo grupo do comunista.

Factoide agora desmentido pelo próprio Murad e todo o seu grupo, acostumado a replicar, sem filtro, o que a mente e a caneta do secretário de Saúde produz.