segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Rubens Júnior: "A governadora Roseana deve renunciar por incapacidade administrativa"

Foto: Divulgação/ASCOM Assembléia 
Do blog do John Cutrim

O deputado estadual Rubens Júnior (PCdoB) disse, em pronunciamento proferido nesta segunda-feira (5) na Assembleia Legislativa, que a governadora Roseana Sarney (PMDB), no seu quarto mandato, deveria renunciar ao mandato por não ter mais condições de comandar o Estado. O parlamentar justificou o pedido ao se reportar o fato de o Maranhão ocupar a penúltima posição no Índice de Desenvolvimento Humano, segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, divulgados na semana passada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o PNUD (Programa das Nações Unidas pelo Desenvolvimento no Brasil).

“E aí o IDH vem e desmoraliza esse governo fracassado. A governadora Roseana Sarney se tivesse o mínimo de bom senso, se tivesse o mínimo de afeição ao povo do maranhense, renunciava este mandato por incapacidade administrativa”, afirmou Rubens Jr, munido dos índices negativos que colocam o Maranhão em último lugar nos subíndices.

Duas cidades do Maranhão – Fernando Falcão e Marajá do Sena – são detentoras dos piores IDHs do Brasil. Os três municípios com a pior renda per capita média do país estão no Estado do Maranhão, de acordo com o recentemente divulgado Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) – Marajá do Sena (R$ 96,25), Fernando Falcão (R$ 106,99) e Belágua (R$ 107,14). O Maranhão é também o estado em que a população tem o menor índice de esperança de vida ao nascer, com 68,7 anos – homens, 65, e mulheres, 72,7 anos.

“Temos pior expectativa de vida do país. Quem nasce no Maranhão, quem vive aqui é condenado a morrer antes do que os outros brasileiros dos outros estados, é condenado a ter a pior renda do País, a ter o segundo IDH do país. Isso, insisto, é o legado deixado pelos governos ligados ao senador José Sarney e em especial à governadora Roseana Sarney”, enfatizou o comunista, ao lamentar que os resultados divulgados pelo IPEA condenam o Maranhão a situações vergonhosas em relação ao restante do país.

Ao endossar o pedido do colega, o deputado Othelino Neto (PPS) ressaltou que o Maranhão é um estado rico, com várias potencialidades, segundo litoral mais extenso do país, terras férteis, rios perenes, povo trabalhador, muito dinheiro. Por outro lado, o Maranhão tem seis municípios (Fernando Falcão, Marajá do Sena, Jenipapo dos Vieiras, Satubinha, Água Doce do Maranhão, Lagoa Grande do Maranhão) entre as 50 cidades brasileiras com pior IDHM. Das 100 cidades com pior IDH, 20 são do Maranhão. Das 100 cidades com melhor IDH, nenhuma é do Maranhão. Em renda, o Maranhão fica em ultimo lugar, com índice de 0,612.

“Somos um estado rico sendo achincalhado, fazendo com que os maranhenses, de certa forma, se sintam humilhados em relação ao que constantemente é divulgado na mídia nacional”, lamuriou-se Othelino. “Afinal de contas, quantos mandatos precisa ter a governadora Roseana Sarney para efetivamente colocar o Maranhão numa posição de destaque? Porque o povo generoso do Maranhão já deu quatro mandatos, aliás, três, porque um foi o TSE que deu”, completou o deputado Marcelo Tavares (PSB).

De acordo com números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Maranhão é também o estado em que a população tem a pior expectativa de vida. Registramos ainda a 2ª maior taxa de mortalidade infantil do país. A mortalidade infantil no Brasil é 16 por mil. No Maranhão, o índice é de 28 por mil.

Injustiça

A deputada Cleide Coutinho (PSB) também discursou e reforçou a reportagem do final de semana do jornal o Estado de São Paulo sobre o privilégio na distribuição de recursos, liderado pelo secretário de Saúde do Estado, Ricardo Murad, a Coroatá, cidade de 62 mil habitantes, a 260 km de São Luís. O município governado pela mulher dele, Maria Teresa Trovão Murad, é o que mais recebe recursos da transferência direta da saúde no interior. Em 2013, Coroatá recebeu R$ 60 milhões, enquanto Caxias, com 155 mil moradores, chefiada por um adversário, Leo Coutinho, do PSB, não contou com esses recursos.

“O povo de Caxias merece respeito. Enquanto Imperatriz recebeu R$ 80 milhões do Estado em 2010, R$ 87 milhões em 2011 e R$ 127 milhões em 2013, Caxias recebeu zero. Enquanto Coroatá está recebendo R$ 5 milhões todos os meses, o que vale dizer que, em quatro meses, a cidade recebe R$ 20 milhões, exatamente o que Caxias recebeu em quatro anos para custeio. Quer dizer, Coroatá, em quatro meses, com apenas um hospital, recebeu já esse horror de dinheiro. Caxias, além de ter 160 mil habitantes, tem três hospitais: um hospital geral com UTI geral, uma maternidade com UTI neonatal e um hospital infantil”, protestou Cleide Coutinho.

Para ela, a parceria que existe é “uma parceria que eu chamo de não institucional, é promocional, é votacional, porque Caxias nada recebe”.