Os últimos 
dias foram de extrema tensão no seio da família Sarney: depois de meses 
de indecisão e intriga entre os membros do clã, Roseana e o pai José 
Sarney bateram juntos o martelo: Luís Fernando Silva será candidato e 
Roseana permanecerá no governo do estado até o fim do mandato. Lobão 
continuará no ministério, cedendo lugar no Senado a Lobinho.
Com
 forte queda na opinião pública e com rejeição crescente devido à 
paralisia total do governo, que não consegue cumprir as mais simples 
promessas de campanha, Roseana desistiu de concorrer ao Senado para não 
passar pelo vexame de não se eleger no próximo ano.
Representando
 o clã Sarney, o candidato ao Senado será Gastão Vieira, para substituir
 a vaga deixada por Cafeteira. As decisões foram tomadas em um momento 
delicado para a oligarquia mais longeva do país e explicam o chá de 
sumiço que a governadora tomou nas últimas semanas.
Diante
 do caos que está por vir, o chefe da família passou o veredicto: o 
único jeito de se manter no poder é a velha força bruta, comprando a 
eleição. Para isso, Roseana tem que ficar no Palácio dos Leões no 
momento da eleição.
A chapa decidida 
pelo grupo é, talvez, a mais fraca eleitoralmente da história do grupo 
Sarney nas disputas pelo poder. Com um candidato a governador que 
representa a continuidade de um modelo político arcaico, que não 
convence na tentativa de ser simpático e tem péssimo desempenho nas 
reuniões políticas (pois não tem paciência para falar com lideranças do 
interior e atender aos pedidos que recebe), o grupo fez a aposta menos 
onerosa para quem quer se enraizar no poder.
